
“Se és homem, ergue os olhos para admirar os que empreenderam coisas grandiosas, ainda que hajam fracassado”. (Sêneca)
“O segredo para o sucesso é fazer as coisas comuns incomumente bem”. (Rockefeller Jr.)
É preciso discernimento para reconhecer o fracasso, coragem para assumi-lo e divulgá-lo e sabedoria para aprender com ele. O fracasso está presente em nossa vida, em seus mais variados aspectos. Na discussão fortuita dos namorados, e na separação dos casais, na falta de fé e na guerra santa. Na desclassificação e no lugar mais baixo do pódium, no infortúnio de um negócio malfeito e nas conseqüências de uma decisão inadequada.
Reconhecer o fracasso é uma questão de proporção e perspectiva. Gosto muito de uma recomendação da Young President organization segundo o qual devemos aprender a distinguir o que é contratempo, um revés e uma tragédia. A maioria das coisas ruins da vida são contratempos. Reveses são mais sérios, mas podem ser corrigidos. Tragédias, sim, são diferentes. Quando você passar por uma, verá a diferença.
A história e a literatura são unânimes ema firmar que cada fracasso ensina ao homem algo que necessita aprender, que fazer e errar é experiência enquanto não fazer é fracasso; que devemos nos preocupar com as chances perdida quando nem mesmo tentamos; que o fracasso fortifica os fortes.
Pesquisa da Havard Business Review aponta que um empreendedor quebra em média 2,8 vezes antes de ter sucesso empresarial. Por isso, costuma-se dizer que o fracasso é o primeiro passo no caminho do sucesso ou, citando Henry Ford, o fracasso é a oportunidade de se começar de novo inteligentemente. Daí decorre que deve ser objetivo de todo empreendedor errar menos, cair menos vezes, mais devagar e não definitivamente.
Assim como o amor e o ódio são vizinhos de um mesmo quintal, o fracasso e o sucesso são igualmente separados por uma linha tênue. Mas o sucesso é vaidoso, tem muitos pais, motivo pelo qual costuma ostentar-se publicamente. Nasce em função do fracasso e não raro sobrevive às custas dele – do demérito de outrem. Por outra via, deve-se lembrar que o sucesso faz o fracasso de muitos homens...
Já o fracasso é órfão e tal como o exercício do poder, solitário. Disse La Fontaine: “Para salvar seu crédito, esconde sua ruína”. E assim caminha o insucesso, por meio de subterfúgios. Poucos percebem que a liberdade de fracassar é vital se você quer se bem sucedido. Os empreendedores mais bem-sucedidos fracassaram repetidamente, e uma medida de sua força é o fato de o fracasso impulsioná-los a alguma nova tentativa de sucesso. É claro que cada qual é responsável por seu próprio naufrágio. Mas quando o navio está a pique cabe ao capitã (imagine aqui a figura do empreendedor) e não ao marujo tomar as rédeas da situação. E às vezes, a única alternativa possível é abandonar, e logo, o barco, declinando da possibilidade de salvar pertences para salvar a tripulação. Nesses casos, a falência purifica, tal como deitar o rei ante o xeque-mate que se avizinha.
O sucesso, pois, decorre de perseverança (acreditar e lutar), da persistência (não confundir com teimosia), da obstinação (só os paranóicos sobrevivem).
Decorre de não sucumbir à tentação de agradas a todos (gregos, troianos, e etruscos). Decorre do exercício da paciência, mais do que da administração do tempo.
Decorre de se fazer o que se gosta (talvez seja preferível fracassar fazendo o que se ama atingir o sucesso em algo que odeia). Decorre de fabricar o que vende, e não vender o que se fabrica (qualquer idiota é capaz de pintar um quadro, mas só im, gênio é capaz de vendê-lo). Decorre da irreverência de se preparar para o fracasso, sendo surpreendido pelo sucesso. Decorre da humildade de aceitar os pequenos detalhes como mais relevantes do que os grandes planos. Decorre da sabedoria de se manter a cabeça erguida, a espinha ereta, e a boca fechada.
Finalizo parafraseando Jean Cocteau: “Mantenha-se forte diante do fracasso e livre diante do sucesso”.
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