domingo, 22 de junho de 2014

[59] Uma vida e mil pontos de vista



Os pontos de vista podem mudar sua vida
A vida é muito bela mesmo. Nós só damos conta de que isso é verdade quando somos provados, claro. Nós da área de exatas trabalhamos muito com provas, e se algo é verdadeiro continuará sendo verdadeiro até que seja exemplificado com uma contradição (contra exemplo).

Por que ser uma vítima? Quando você mesmo pode ser o autor? O grande autor dos versos líricos. Porque se preocupar, se a preocupação não está do seu lado? Porque viver outro dia de vazio se o homem cego, depois de tantas experiências de vida, vive dias perfeitos em seus últimas dias?

A vida é tão bela, mas tão bela, que a mesma só nos prova disso nos últimos momentos dela. Isso serve para você aceitar o quão bom as coisas boas podem chegar até você sem que você agradeça a algo ou alguém por isso, mas a recoheça. A vida é tão jovem sabia? E mesmo assim você ainda desgasta ela com coisas fúteis. Vícios inúteis. O quarto que a cerca está uma bagunça, seus filhos estão seguros com sua mãe. E mesmo assim a vida parece ser tão injusta para quem é descrente consigo mesmo. É um favor viver neste planeta terra? A vida é jovem sim, ela é jovem, e ainda assim você ainda teima em refletir as coisas ruins que a vida te trouxe, sim, lá sentada no chão do banheiro. A corrente do chuveiro quebrou, o pescoço dói, as costas, os braços, mas as pessoas estão lá fora, acreditando sempre que a vida do vizinho é sempre mais bonita. Triste realidade dos descrentes das consequências das tomadas de decisões precipitadas.

Os pensamentos correm as pessoas que não aceitam o mundo desafiante que se mostra, trapacear sempre foi mais fácil, porém existe um “olho que tudo vê” que infelizmente não deixará a trapaça continuar até o fim da eternidade. Infelizmente o mundo é injusto as vezes, mas também é justo quando menos se espera, e infelizmente, na maioria dos casos, é justo com pessoas que merecem pagar por cada erro trapaceado do grande olho que fica em cima do planeta. Você continua a desgastar sua vida, isso parece ser tão irracional quanto correr centenas de quilômetros e voltar para o mesmo lugar. Nua diante do mundo, ela envolve sua tristeza numa camisola. Todos dormem profundamente, sonhando com as vitórias, com as glórias que a vida de uma vez por todas está para trazer, mas ainda assim a consciência fala mais alto nas últimas horas da madrugada. Sabe onde vive Deus? Na sua consciência! Não adianta fugir de tudo, pois não há do que fugir. A felicidade queima o escuro com olhos vítreos escolhendo cuidadosamente uma das gravatas de seu marido. “Chega”, ela grita entre os extremos da corda e as gravadas de seda. Sim, a vida traz infinitas coisas boas para você, mas cabe a quem aceita-las? Cabe a quem correr atrás dos últimos dias de glória? Porque será que um homem recém adoecido com péssimos resultados é mais feliz que um indivíduo de poucas dezenas de anos de idade? Porque a felicidade é tão relativa assim? Porque os pontos de vista são tão diferentes? Porque os vícios e os prazeres são tão diferentes, sempre são vividos com intensidade diferentes também? Uma bela vida escapando de seus jovens olhos azuis. Mas a vida segura na sua mão, não a deixando ir, deixando-a respirando no chão apenas.

Eles ainda estão dormindo, não a ouvem chorar e ela ainda está obcecada pelos extremos da corda, dessa vez ela escolhe uma gravata mais forte, com o “ursinho puf” e seus amigos.

Ela ainda é jovem, mas se sente velha. Sim, o espírito velho é sábio, mas não é este o bom motivo, é que os velhos tem péssimos defeitos, grandeza inversamente proporcional com a sabedoria e carisma. Agora ela está sozinha pendurada no teto, toda a pressão dela vindo abaixo.
Ver a culpa, ensinando-a a culpa. E agora ela cresceu em desgraça, com um gosto para a tristeza. Você aprendeu tudo o que se pode saber sobre o desespero correto? Nenhum esforço neste mundo sobrevive à sua prova.
O “ursinho puf” da vida é forte, jamais a deixaria cair, não a deixa respirar até que ela já não esteja mais lá. Sim, isto é a vida. A vida! Uma bela vida escapando de seus jovens olhos azuis. Mas a vida segura sua mão, não a deixando cair. Mas ela deixará respirando no chão, lembra?

Um jovem senhor no final da vida, parece ter tantos artefatos materiais, mas de que vale todos eles? Liberte-se de seus vícios. Assisti um filme certa vez que me ensinou o seguinte: Quer ser feliz? Então liberte-se de seus vícios, principalmente aqueles vícios fúteis. Li em um livro algo semelhante: Quer viver bem? Então se desfaça de vícios inúteis. Tão forte a palavra inútil, mas quando tratada no sentido lateral é algo simplesmente que não serve. Algo não útil. Algo inútil. Vendo que nenhuma preocupação nesse mundo pode aliviar sua tensão.

A vida quando está desesperada, fica entre os extremos da corda e suas roupas íntimas, olhos cegos fitando o sorriso burrinho bisonho. “Chega!”, ela grita enquanto recupera a visão. Ainda com vida, ainda com pensamentos confusos. Confusão é algo que sempre existirá na vida de qualquer ser, cabe a quem não deixá-lo entrar? Adivinha? O teto não aguentou, a casa velha a deixou cair. Largando sua respiração sobre o chão duro e frio, batendo a cabeça, uma alma de porcelana partida. Manchas vermelhas na porcelana e ela não está lá.

Respirando, a vida fica tímida ao fundo. Quebrada, ela não está morta nem cega, é apenas uma velha vida. Belos olhos chorosos, enegrecidos e machucados. Tipo marfim avermelhado. Horas, elas passam por essa alma de porcelana partida, mas as manchas vermelhas na porcelana prova que o velho no final da vida têm motivos para assumir que a felicidade é algo tão relativo. Tudo é relativo, a vida, o viver, o ser...

Pule, sinta o vendo gélido no rosto, viva, observe quem te observa, caminhe... Mas não caminhe nas cinzas, pois enquanto você caminha nas cinzas, nomes são lembrados, e enquanto a caminhada continua nas cinzas, o tempo é lembrado. Mas o tempo é nosso inimigo lembra?


A vida não é só isso que você ver, é muito mais que isso. Mas esse “muito mais” não é medível, não é palpável, ninguém sabe o quanto é ou deixou de ser. Sorria, ouça, respire, viva. Mas caminhe, fora das cinzas...

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